17.10.05

Barulho dos Infernos

Certas igrejas evangélicas espalham-se feito praga.
Ou como redes de franquia. Levam junto a esperança de seus freqüentadores, a possibilidade de sua redenção intelectual e da construção bem acabada de suas cidadanias.
“Aliviam” as economias dos mais fervorosos, modificam seus guarda-roupas, encompridam seus cabelos, perturbam sua sexualidade.
Não é pouca coisa, mas também não é tudo.
Acabam também com a paciência dos vizinhos desses milhares de pontos de venda da fé. Pisoteios, gritos histéricos, palavras de ordem repetidas à exaustão, grunhidos, empurrões, objetos jogados no chão e atirados contra as paredes.
Espetáculos deprimentes da miséria humana, tolerados pelos órgãos de fiscalização da poluição sonora e estimulados pela elasticidade na interpretação do direito à livre manifestação religiosa.
Não é exagero. Quem já viu não duvida, a quem não viu não recomendo.
5ª Emenda não poderia discordar dos direitos que apregoa em seu título. Mas é por eles que sugere que essas comanditas fossem construídas em subsolos, de sorte a não dividir compulsoriamente
a trilha sonora dos infernos.Ao menos com os agnósticos.
E de nada adianta a alternativa de submetê-los à legislação ambiental dos 85 decibéis. A farsa acabaria.

2 comentários:

Anônimo disse...

São verdadeiras casas de show... Sendo que casas de show, boates e tal também perturbam os vizinhos. Mas um templo de gritaria... isso ninguém merece.

Anônimo disse...

Antes o badalar dos sinos,não é Alê? Um back ground de canto gregoriano ? Uma ave maria de Gounot..sei lá,mas gritaria?
Xô Satanás!