11.11.05

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O fotógrafo Ary Souza é um dos mestres do foto jornalismo paraense. É dele a foto da capa de O LIBERAL que mostra o “tamanho” do enterro simbólico da UFPA.
Trinta coveiros puxados por um burro.
Mais simbólico impossível.
Mas há um outro absurdo que não tá na foto.É a inércia política dos outros 1.800 docentes da UFPA.

3 comentários:

Jota Ninos disse...

Tenho uma história do Ary que nunca me esqueço. Final de 1994, fui morar em Belém com a intenção de conseguir uma vaga em O Liberal a convite do Manuel Dutra. Fui aprovado nos testes com o editor Luis Roberto (grande figura, onde anda ele?), mas até hoje não entendi o que aconteceu que o velho Leal mandou dizer pelo robertoque não havia mais a tal vaga. Ele me informou meio constrangido.
Acabei ficando por aqui, esperando outra oportunidade e acabei assumindo a edição de um jornal que circulava no meio estudantil, nos cursinho, O Delta, do professor Saint-clair, chargista e pintor de mão cheia (sempre está expondo suas telas na praça da República aos domingos, perto da tua casa, aí na banca do Alvinho).
Além de editar o jornal, era correspondente do Estado do Tapajós (versão anterior a esta do Miguel Oliveira).
Foi aí que me encontrei com Ary. Ele me conheceu no velho Garrafão, onde sempre bebericava (minha água tônica) com mestre Mané e sua Cerpinha.
De Santarém, me pediram a cobertura da posse de Almir Gabriel, no dia 1º de janeiro de 1995. Ary disse que estaria lá. Pedi que me vendesse umas fotos para eu publicar no Estadão e ele prontamente aceitou. Não me recordo se estaria lá fazendo cobertura para O Liberal ou se foi só pra me assessorar.
O fato é que a festa começou com toda a pompa do tucanato. Palanque armado em frente ao Palácio Antonio Lemos. Fotógrafos e cinegrafistas procuram o melhor ângulo para registrar a seriedade de Almir entoando o Hino do Pará enquanto a bandeira é hasteada. Ary ficou meio espremido entre os outros colegas e o palanque. sua visão era mínima, principalmente por causa de um grande arranjo floral que colocaram para enfeitar o tal palanque.
Ary não duvidou: arrancou as flores e jogo no chão para conseguir o tão sonhado ângulo, diante de autoridades estupefatas com tal acinte! Os repórteres se continham para não rir. Almir, ranzinza por natureza, logo cochichou no ouvido de um aspone.
Uma hora depois, estávamos alguns repórteres, no hangar do Governo do Estado para mais uma entrevista com Almir, que ia viajar para a posse de Fernando henrique em Brasília. Fui no carro do Ary e comentei com ele se não tinha medo de alguma represália. Ele disse que não ia pegar nada... mas quando lá chegamos, não é que o próprio Almir foi dar uma reprimenda no Ary por ter arrancado as flores? Ele ficou calado, puto da vida!! Acho que mais um pouco mandava o governador pra muito longe!!!
Foi uma experiência cômica com este maravilhoso e louco fotógrafo!

Jota Ninos disse...

Onde se lê "acabei ficando por aqui", leia-se "acabei ficando por aí". A blogosfera às vezes me tira o senso de tempo e espaço...

Unknown disse...

Grande depoimento.Só cumprimento o Ary mas,além de admirar seus trabalhos, me surpreendo com suas paradas.Vou contar essa história da posse mais adiante pois os leitores nem sempre entram, nas "caixinhas" Ninos.
E o dr. Almir tem uma renca de passagens como essa,inclusive "salvando" um cinegrafista que ia despencar de cima de um palanque...rs.
Contarei todas!