27.12.05

Beijoqueiro

Da coluna de Cláudio Humberto,de hoje.

Um político generoso

Deputado pelo Rio Grande do Norte, Djalma Marinho era reverenciado pelos colegas, mas, nos anos 80, foi derrotado na disputa para presidir a Câmara. Ele já tinha a idade avançada e a saúde debilitada, por isso os amigos José Sarney e Prisco Viana o visitaram preocupados. - Estamos aqui para pedir você não guardar ressentimentos – disse Sarney. - Vocês não me conhecem – respondeu ele, com largo sorriso – Em toda a vida eu não consegui guardar dinheiro, como vou guardar ressentimentos? Ele morreria logo depois. Sem ressentimentos


Cláudio Humberto não disse que Djalma Marinho já havia presidido a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nos anos 60.
Numa sessão em que a ditadura tentava cassar deputados, Marinho se recusou a obedecer ao regime dizendo que " preferia perder o mandato à honra.”
Empolgado com a correção e a coragem do veterano parlamentar, um paraense em primeiro mandato subiu à tribuna e sapecou um beijo na bochecha de Marinho. Flagrado pelas lentes do Globo, no dia seguinte era a foto da capa do jornalão o ex deputado Juvêncio Dias.
Eleito com apoio do Partido Comunista Brasileiro,Juvencio foi o quarto mais votado na bancada paraense com o slogan "Pelo menos um jovem,Juvencio".Tinha 35 anos.

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