25.6.06

Abrindo o Jogo

A sucessão paraense, ao que tudo indica, se definiu neste fim de semana. Devem ter candidatos à sucessão de Jatene o PMDB,PT,PSOL, além do PSDB. O projeto das oposições, operadas a partir de Brasília, é forçar um segundo turno
O PMDB deve ir de Priante ou Jader, se tiver coragem de correr o risco de ficar sem mandato.
Até pessoas próximas a ele dizem que, em caso de derrota, o ex senador pode voltar à Mato Grosso num lento e sacolejante bimotor, fretado pela Polícia Federal.
O PT precisa ir com Ana Júlia; não tem jeito de Mário Cardoso funcionar como facilitador do segundo turno.
E o PSOL vem que vem de Edmílson.
Essa forças detém hoje a metade dos votos no Pará, talvez um pouco mais, um pouco menos. Falta mais um reforço, que pode vir a ser o prefeito de Nova Déli, segundo a folha peemedebista cada vez mais próximo dos oposicionistas.
Seriam tão pequenas as chances de Duciomar emplacar alguém na chapa majoritária da União Pelo Pará, que até O Liberal duvida, segundo o Quiquiqui na edição de hoje.
Esta mesma coluna, um Seventy dominical e mais mundano, se isto for possível, acaricia o vice prefeito Manoel Pioneiro, dizendo-o feliz pelo convite de Almir para disputar um mandato estadual, e tenta aplacar sua antiga e notória sensação de degredo na administração petebista. Assanha-o até com a presidencia da Assembléia Legislativa, agradável sinecura com a visibilidade necessária para catapulta-lo, no ano seguinte, à sucessão de Elder Barbalho, em Ananindeua.
Dudu poderia então forjar um álibi para não ser acusado de traição, e já são muitas as evidências desses movimentos do prefeito de Nova Déli.
A única alternativa que vislumbra, para adiar seu réquiem político, seriam os recursos de Brasília. O governo estadual não teria dinheiro prá bancar o Portal da Amazonia, o projeto midiático número 1 de Duciomar.
O programa político do PTB, na semana que passou, foi comandado diretamente por Edmilson Rodrigues ( homonimo do candidato do PSOL) o marqueteiro de sua estrita confiança, em que pese a alternativa de duas agencias muito maiores e experientes à sua disposição, a Griffo e a DC3.
O programa foi morno, no quesito alianças políticas.
O maior jornal do mundo tem brindado Dudu com notas e matérias pouco mimosas, quase todos os dias, e na edição que já está nas ruas de Nova Déli, em nota malina do Quiquiqui, chega a dizer que Dudu tenta emplacar o "amigo" Paulo Castelo Branco, seu assessor especial e par constante nas viagens do alcaide,"inclusive as internacionais".
Antes disso, contudo, Dudu tratou de montar uma comissão do seu partido, a quem teria delegado poderes para conduzir os interesses petebistas na sucessão. Poderá dizer, mais tarde, que foi uma decisão do partido. E sair à francesa.
De quebra, resolveria uma questão particular: se vingaria da campanha que um solitário Almir fez em 2004, na pequena Tracuateua, onde um irmão de Dudu foi candidato a prefeito, e venceu o adversário tucano, apesar do apoio do então orquidófilo.
Já que um pouco de história faz bem prá memória, Paulo Castelo vem a ser aquele elemento que foi preso no Aeroporto de Brasília, poucos anos atrás, com meio milhão de reais na algibeira, sob acusação de te-los extorquido de uma madeireira, quando ocupava a direção regional do IBAMA.
Dias antes da prisão, o ex delegado da polícia civil Castelo teria sido visto com Dudu, à meia luz, conversando baixinho num restô da cidade. Castelo pode ser o álibi de Dudu.
Sutil como um elefante, mas enfim...
Tudo isso deve precipitar um segundo turno no Pará.
Um bom sinal, leitores do Quinta, que deve andar sobrando muito dinheiro por aí.
E vai sobrar humor também.
Dá prá imaginar um palanque com Ana Júlia, Jader e Duciomar Costa contra Almir?
E Edmílson, se passar para o segundo turno, deixa essa galera subir junto com ele?
Parece que desta vez tudo será possível, desde que se evite o quarto mandato seguido dos tucanos paroaras, um recorde nacional de permanencia no poder, nos tempos da Nova República.

14 comentários:

Anônimo disse...

Nada contra partidos políticos se manterem por longo tempo no poder, desde que contribuam para o bem comum,para o fortalecimento dos valores democráticos e para a ética pública. Portanto, não é caso de votar "Pará isso", mas sim de "Para com isso"!

Anônimo disse...

Almir, Jáder, Edmilson, Priante, Ana Julia, Duciomar - votar em qualquer deles é dar mais um passo ao passado que a maioria repudia. Precisamos de lideranças novas que tenham, como diz o anônimo acima, a cabeça voltada para o bem comum, deixando de lado os corporativismos nocivos.
É difícil, não há dúvida. A mim particularmente, que nutria esperanças que o PT fosse a alternativa correta, me resta agora a decepção pelo que esse partido proporcionou de negativo ao país.
Queremos um Pará realmente novo para curto prazo e para que isso aconteça teremos nova eleição este ano e é nova oportunidade para cssarmos toda essa velharia de políticos que só tem compromisso com os seus interesses pessoais.

Carlos Barretto  disse...

Carlos, que amava Flávia, que amava Joana, que amava Paulo, que amava Julia, que amava toda a família...

Anônimo disse...

8 x 23 diaae...
Juca,
Perfeita a sua análise política dentro do quadro que se desenha para as eleições. Faço, porém, dois reparos: o governo do Estado do Ceará, que ainda é tucano com o Lúcio Alcântara, já vem acumulando vitórias há cinco eleições. Acho que vem de lá o recorde de eleições vitoriosas seguidas do mesmo partido, do mesmo grupo. E os resultados são, por isso mesmo, bons para o Estado.
É verdade que o Almir apoiou outro candidato em Traquateua contra o irmão do Duciomar. Mas não vamos esquecer que o mesmo Almir, ainda no final do primeiro turno, botou a cara de fora e fez pronunciamentos contundentes de apoio a candidatura do Dudu. O programa eleitoral na TV e e no rádio usaram e abusaram desse depoimento para favorecer o Duciomar contra a mesma Ana Júlia que, agora, o Dudu poderia vir a subir no palanque. E essa imagem do Almir era importante naquele momento, por tudo que ele representa na política e , não vamos esquecer, na medicina...

Anônimo disse...

Aguardemos, que ainda virão mais novidades.
Os DJ's vãu botá muita chapa quente pr'us cabôco dançá daqui prú dia 30.
Enquanto isso o candidato oficial já opera na administração como se já estivesse empossado. Até a semana passada ele agia como se estivesse eleito.
Está muito confiante...

Jubal Cabral Filho disse...

Eu é que não duvido de uma vírgula aqui escrita pelo poster. Caminhos percorridos, "canos" recebidos e conhecimento do assunto permitem receber a nota com a perfeição de sempre.
Obrigado pela astuta análise, meu caro Analista de Belém.

Anônimo disse...

Quem vai governar o Pará com certeza será o "vice" do Almir, pois o semblante do Sr. Almir Gabriel, diz que o mesmo talvez só aguente até o final da campanha.

Anônimo disse...

para o anônimo, quanto a contribução de Almir Gabriel para a politica e medicina paraenses, convem lembrar que em seus anos a frente da prefeitura e nos oito anos que mandou no estado, não foi construido um só hospital, em Belém ou no Estado, e os opositores , assim como agora, são chamados de "recalcados, invejosos, incapazes" e outros mais, dando mostras de seu "senso democrático".A contribuição política que mais me chama atenção nos tucanos paraenses é a eleição do Pepeca, Flecha Ribeiro e de Dudu, graças a Almir e Jatene(um preso, um condenado pelo TCU e um condenado prescrito). Grande preocupação com o bem público, como se pode ver, e fonte de vergonha para o Estado frente ao País.

Unknown disse...

Ao Anonimo que tem dúvidas sobre a saúde de Almir,posso dizer que temos o mesmo cardiologista, eu e Almir.É o gente boíssima Murilo Morhy, que garante que o candidato está em boa forma.
E este poster idem, apesar do excesso de peso e do inseparável cigarro.

Unknown disse...

Olá, Alex.
Voce tocou num ponto delicado em seu comentário, já objeto de posts aqui no Quinta.
Os tucanos, para não perderem as eleições, lançaram mão de nomes com densidade eleitoral - como era o caso de Duciomar - mas sem a devida compostura política,e depois sofrem as consequencias.
O caso de Pepeca, que não tinha densidade necessária para vencer a eleição ao senado em 98, é um desses raros casos de marketing muito bem conduzido, combinado ao senso de oportunidade para ocupar os espaços deixado pelas bobagens que Hélio 'Hic" Gueiros dizia na televisão e nos compícios daquela campanha.

Unknown disse...

Jubalino, obrigado, e bom retorno.
Juízo aí no Alto Tapajós...rs

Unknown disse...

Cjk, em estilo rapper, estamos aguardando as novidades.

Unknown disse...

Oito, são verdadeiras suas ressalvas,quanto ao recorde tuvano no Ceará, e quanto a mão que Almir ofereceu a Dudu ainda em 2004.

Unknown disse...

Paulo Bandeira,também foi uma decepção para mim o governo Lula, em quem votei nas tres últimas eleições.Vou dar-lhe um cartão vermelho agora em 2006.