24.2.07

Governo de Motocicleta

Pululam pelos jornais e na blogosfera do interior do estado matérias e posts preocupados com a "legalização" de alguns milhares de mototaxistas em Nova Déli, anunciando o desastre que aguarda a cidade.
Falam de cátedra, garanto-lhes, leitores do Quinta, pois também conheço o desserviço e os problemas que causam a "categoria", em algumas cidades do estado.
O que é preocupante é que o governo não saiba, ou não se disponha a encontrar um solução mais corajosa e inovadora que a simples oficialização da perigosa balbúrdia.
Justiça se faça, a subprefeita de Santarém, Maria do Carmo, enfrenta o problema: já conseguiu reduzir de 1.500 para 250 capacetes.
Quem sabe se entre os 45 cérebros que a UFPA cedeu ao governo, algum evita esse atestado de incompetência na gestão, e de populismo.

16 comentários:

Anônimo disse...

Juvencio,
Se liberarem mesmo os mototaxis em "Nova Deli" sugeriria que Belém passe a ser chamada por este blog de "Hanoi", "Ho Chi Min" ou outra cidade do Sudeste Asiatico povoada de motocicletas. Alias, a verdadeira Nova Deli nao esta tao mal assim. Por exemplo, onibus movidos a diesel foram proibidos e em consequencia a poluicao sonora e do ar diminuiram consideravelmente. Por que a Nova Deli de cá nao faz o mesmo?
ricardo

Anônimo disse...

Caramba! Eu perdi o meu comentário! Sumiu! Mas, repito: não há solução no curto prazo. E entenda-se por curto prazo três séculos ou o infinito.
Não há geração de empregos no país suficente para a demanda, especialmente dos mais jovens, aqueles sem experiência e sem escolaridade. A solução é o trágico improviso. Os moto-taxistas proliferarão pelo em condições terríveis para si, para quem transportam e para quem cruza seu caminho.
Até mesmo onde há uma aparente estruturação de mercado para este segmento - os moto-boys em São Paulo, por exemplo - é impressionante o número de acidentes dos quais os motoqueiros são vítimas.
Agora, quanto à criatividade, eu pensei na sua proposta e como eu já vi ali em Ananindeua o bici-taxi (juro!!!) seria melhor regredirmos ao velho carro de boi. É mais seguro, é ecologicamente perfeito e criaria um mercado de trabalho adicional: a coleta de estrume, derivando para o apoio a um programa de hortaliças, etc. e tal. Não ache graça. Beijão. Maior que o outro que é pra durar o fim-de-semana inteiro.

Unknown disse...

Alemão, sei que voce já andou mochilando por lá...eheh.
Sugestão anotada.

Por falar na península asiática,não morro antes de ir lá, me deitar numa daquelas casas de fumação de não sei o que, ficar quieto algumas horas...rs.
Depois passar no mercado e comer aqueles insetos crocrantes, entre uma "marvada" e outra.

Unknown disse...

Bia,querida, lamento mas haveremos de discordar.No próprio post há um exemplo, o de Santarém.
Não há como admitir "trágicos improvisos".O custo social da liberação- se formos tribuir valores aos problemas decorrentes da liberação -é maior que uma ação para reintegrar a choldra a novos postos de trabalho.Insisto: tem que ter audácia e inventiva.Não podemos aceitar a solução mais fácil.Eles são pagos pra resolver problemas e não para agrava-los.
Essa é a cobrança.
Bjão.

Anônimo disse...

Nao precisa de tao longo prazo assim nao Bia. Basta coragem e criatividade pra fazer as coisas acontecerem (as palavras "vontade política" já estao meio batidas, né?). Por exemplo, o poder público poderia criar uma série de incentivos e condicoes pras pessoas andarem de bicicleta: ruas e faixas exclusivas para bicicletas ligando a periferia ao centro, "vale transporte pra quem deixa o carro ou nao vai de onibus ao trabalho", estacionamento pras magrelas em pontos estratégicos da cidade (por exemplo em paradas centrais: sao braz). Garanto que a reboque viria o crescimento de atividades formais (venda, reparo, equipamentos quica fabricacao) e informais (roubo e mercado de usados) com geracao de emprego.
Os mototaxis sao uma alternativa precária ao nosso sistema público de transporte caótico e ineficiente. Fazer o Mototaxi como alternativa de transporte publico é como legalizar as atividades de Dentistas sem diploma. O cara tem dor no dente e nao tem dinheiro pra pagar um dentista diplomado. Entao surge o "mercado" negro de dentistas curiosos, operando com precos mais baixos, sem conhecimento, sem equipamentos adequados e precárias condicoes de higiene. O que fazer? Legalizar as atividades dos "Dentistas" sem diploma pois os caras precisam do emprego e a populacao tem dor de dente? Claro que nao. Sei que o Prefeito de Belém deve estar tentado por esta alternativa fácil, dada as suas incursoes no "mercado" "oftamológico" alternativo. Em resumo, mototaxis é um atestado de falência do sistema público de transporte. E tenho dito!
ricardo

Hiroshi Bogéa disse...

No alvo, Ricardo. No alvo.
E vou meter a colher nesse angu porque tenho tocando no assunto em meu blog e o Juvencio repercutiu pro resto do país.
Como dizes, não apenas uma comprovação da falência do sistema público de transporte - este há muito inoperente-, mas seu enterro definitivo. Se você der uma clicada nos comentários sobre o tema lá no nosso blog (permita oferecer o link: hiroshibogea.blogspot.com), vai ver a insatisfação das comunidades que mais usufruem dos serviços dos mototaxistas no Estado, com agravante -, agora de total descontrole - do aumento dos índices de violencia no trânsito, surgimento de pequenas organizações criminosas responsáveis pelos assaltos relâmpagos dado a facilidade com que os autores das operações escondem suas identidades nos capacetes de uso obrigatório -, enfim, pandemônio puro.
Que já não é a mesma dos tempos gostosos de calmaria,isto todos sabemos, mas Belém nem se reconhecerá mais caso essa praga se espalhe por aqui.

Anônimo disse...

Se a justificativa é legalizar atividades que dão emprego, legalizemos então o contrabando, o tráfico de drogas, etc.etc.etc.

CJK disse...

Juvêncio, boa noite eu já vou me recolher, mas eu não perco a blague: a UFPA mandou para o governo 45 cérebros. Mas quantos nuerônios???

Unknown disse...

Voce não perde e a piada nem o amigo...ahahahah.
Veremos pelos resultados.
Taí um bom teste.
Se a Maria,cujo cérebro não foi submetido a quarta parte do "teste de carga" dos doutores, abateu em 85% os de lá...
Abs

Unknown disse...

Ricardo, talvez o problema seja de "óculos" mesmo...rs.Prá ver lá na frente algo diferente de Ho Chi Min, de Djacarta,Manilla,e arredores.

Anônimo disse...

Os números falam por si: no Pará, em 2006, 4.203 pessoas ficaram feridas no trânsito e 637 morreram. Dos feridos, 1.180 eram motociclistas, 1.104 pedestres, 844 ciclistas e 805 passageiros de ônibus, táxis e motocicletas.

Unknown disse...

Valeram os números, Franssinete, obrigado.
Desconfio que,proporcionalmente à população, esses números devem ser "contaminados" pelas grandes cidades do interior, onde o desserviço existe há algum tempo.
Vou voltar ao tema, cobrando curto,mas otimista.
Abs.

Anônimo disse...

A frota paraense é de 212.570 motos e motonetas. Das mais de 160 mil infrações de trânsito registradas ano passado, quase 10 mil foram por não utilização do capacete. Em novembro de 2006, o Contran publicou resolução estabelecendo novas regras para motociclistas. A partir do dia 10 de maio deste ano, o capacete conhecido mais popularmente como “coquinho”, por exemplo, não poderá ser mais utilizado.

Anônimo disse...

Luluquefala comenta:
Mas como é boa essa Franssinete hein! De transito é claro, e com todo o respeito.

Anônimo disse...

Mais caos?
Espero que existam pensantes que avaliem isso...

Anônimo disse...

Vocês deviam ter pensado antes de colocar esse pulha como prefeito...acho até que o próprio juvêncio desfilava com a bandeira e aquela bolinha "vale-gasolina" amarela, e o som a toda altura tocando aquela coisa absurda "Dudu, dudu..." em seu calhambeque...agora, é só aguentar os dois anos que faltam, e rezar pra que não apareçam piranhas assassinas nos canais entupidos da tal Nova Déli