23.4.07

Aparelhagem

As aparelhagens de Nova Déli são pauta da revista Trip, que mandou um repórter e um fotógrafo à capital paroara. A produção é local.
Mas a pauta é uma bad trip.

6 comentários:

Anônimo disse...

É lamentável que Belém só mereça da imprensa do sul-maravilha pautas sobre esse tipo de assunto. Não que eu seja contra, afinal as aparelhagens são nproduto da cultura popular paraense; tem sua estética própria, orientação e conteúdos peculiares - gostemos ou não (eu não gosto). Infelizmente, Nova Déli não tem outro tipo de pauta nestes tempos de péssima adminsitração (já de longo tempo, diga-se de passagem): Ver-o-Peso, Mangal, E. das Docas, Feliz Luzitânia, Museu, Bosque... já cansaram a mídia. Resta o que? Lixo, camelô, delinqüência, destruição do patrimônio (viva Paulo Chaves)arquitetônico, gente mal educada, muito maleducada. Resta também político corrupto. Veja que o diga. Cada semana uma pauta, apesar do exagero contra a governadora que virou bucha-de- canhão entre a Almirante Barroso com a Marginal Tietê. Bem-feito pra ela por se meter onde não devia: não deveria ter feito parceria de "MILHÕÕÕÕES", muito menos se metido a governar o Estado. Então, nos conformemos com os technobregas porquer os 4 anos de Ana estão só começando.

Anônimo disse...

Eu discordo que essas aparelhagens são cultura popular. Pra mim, nada disso é cultura.É lixo para a massa se embebedar e esquecer do resto. Meu medo é que essas matérias inflam o orgulho de meia dúzia de bem intencionados e lá vai a gente ter de passar a noite ouvindo uma doida gritar que quer "dar a periquita". A verdade é que nós, paraenses, somos sujos, bregas e mal educados. E vem mais uma revista nacional pra mostrar ao mun do isso!? Como diria o comendador: "Vala-nos quem?"

Anônimo disse...

Somente a condição colonial poderia explicar a degradação cultural do nosso estado. Gerações seguidas, submetidas a um sistema educacional falido (porque desnecessário, afinal, pra quê formar cidadãos se o sistema colonial não prevê bons empregos para esses jovens?) crescem deformadas em sua percepção do mundo. O brega já teve mesmo uma fase autodepreciativa, em que o cantor se vestia de palhaço, produzindo gargalhadas no sul maravilha: “olha aí, a cultura do Pará!”, e também outra em que a mulher era desqualificada enquanto ser humano.
As rádios, por conveniência comercial, rebaixaram sua programação, porque viram que cada vez mais o brega crescia, empurrado pelo subdesenvolvimento do estado, econômico e mental.
Algumas rádios, no fim dos anos 80, tocavam brega só pra rir do ridículo das letras; em pouco tempo, estavam tocando pra ter audiência.
Acredito que muitas pessoas ligadas à cultura, que poderiam ter um papel de reação ante esse rebaixamento também se eximiram, algumas ficando viciadas em desenvolver atividades artísticas com verba pública. Talvez porque mesmo o artista, que em geral é um elemento crítico de sua sociedade, em região colonizada não consegue enxergar sua condição real. Aquela suposta identidade paraense, recheada de tacacá, carimbó, maniçoba, definitivamente foi traída pelos cultuadores de amplificadores e caixas de som de quatro metros de altura. Ficou pra trás, graças a DJs semi analfabetos e compositores mais analfabetos ainda. Tolo foi quem acreditou que o Pará era só aquilo, quando estávamos sendo saqueados, empobrecidos e embrutecidos.

Anônimo disse...

Meu Deus, quanto preconceito! Todos os comentários são claramente a resposta de uma elite cansada e desacreditada que ainda que dar as ordens na estética da cultura paraense, claro que "envergonhada" com o que se mostra do Pará lá fora: "imagina que quando eu for ao Rio vão me confundir com essa escumalha que gosta de brega, logo eu que me considero o máximo da sofisticação cultural!".
Em tempo: eu não gosto da música brega, mas reconheço que ouço com ouvidos preconceituosos mesmo e fico calado, porque sei que essa é a verdadeira cultura popular, goste eu ou não.

Anônimo disse...

Ao anônimo das 5:32: Não sou da “elite”, mas acho legítimo ficar cansado e envergonhado pela miséria econômica e cultural em que nosso Estado foi lançado pela elite cujos representantes vêm se alternando há décadas no poder. A arte é o ponto máximo da criação humana, e até grandes estudiosos reconhecem o poder do artista de sintetizar, em uma obra, o que milhares de páginas de tratados científicos não conseguem. Ao contrário, “composições” que nada dizem além de um culto repetitivo a um aparelho eletrônico, ou degradam a mulher, promovendo os mais baixos instintos humanos, jamais contribuirão para nos tornar uma sociedade melhor. A tal “cultura popular” é um conceito repetido por quem não conhece a realidade das periferias da grande Belém, como em outra oportunidade pude relatar aqui neste espaço: as sedes dançantes ou o que lá sejam, ajudam a espalhar uma verdadeira epidemia alcoólica, e o que é mais triste, atingindo adolescentes que poderiam estar em outro lazer realmente saudável.

Anônimo disse...

Bad trip é o preconceito, Juca!