18.4.07

Perdão

Debaixo de um sol escaldante, com a presença de vários prefeitos e vereadores da região, a governadora Ana Julia teve a grandeza de admitir a culpa do estado no massacre de Eldorado dos Carajás, num gesto que joga mais luzes na arrogância e covardia com que ex governador Almir Gabriel se portou no triste episódio.

11 comentários:

Anônimo disse...

Amogo o Povo do Pará teve a sabedoria de não deixar este cidadão arrogante e grosseiro voltar ao governo do estado, pegou uma surra da Ana Julio graças a ajuda do Barbalhão que continua sendo o maior lide politico deste estado.

Anônimo disse...

A corrida de Almir ao STF em busca de habeas-corpus antes mesmo de abrirem o inquérito sobre a chacina mostra que o ex-governador de mãos sangrando é réu confesso.

Anônimo disse...

Graças à Deus ela deixou isso para as gerações seguintes. Gosto dessa mulher!

Anônimo disse...

Dois anos após o massacre, em uma conversa informal, pude ouvir do próprio secretário de segurança pública, Paulo Sette Câmara, que a relação entre a tropa e o MST na região era problemática. Muitos soldados prestariam serviços a pessoas poderosas, devendo favores a elas. Ele deixou no ar também a sugestão de que os oficiais da PM tinham ligações com fazendeiros, para os quais seria interessante dar um "corretivo" nos militantes do MST. Quer dizer, o secretário admitia a existência de um poder paralelo na região. Até aí, nada de novo, afinal, sabe-se que o poder paralelo, seja de grileiros, madeireiros, traficantes, é um fenômeno decorrente da ausência do Estado, mas a completa falta de providências no sentido de resolver esse problema, pelos anos subseqüentes, e até a forma tranqüila como o secretário dizia aquelas palavras ainda me soa como uma indiferença em relação às vidas perdidas naquele triste dia, e às pessoas inutilizadas por causa de ferimentos, e às viúvas, aos órfãos...
Agora, só gostaria de perguntar ao governo Ana Júlia se, para receber a pensão do governo, os sobreviventes terão que se submeter a novas perícias médicas, além daquelas que eles tiveram de fazer ao longo desse tempo. Mais um calvário para as vítimas de Pantoja, Oliveira&Cia?

Anônimo disse...

OOOPS! Esqueci de assinar meu comentário a respeito do Paulo Sette Câmara, por favor, Juvêncio, corrija!!

Yúdice Andrade disse...

Acabei de postar sobr o assunto, especulando sobre algumas possíveis reações, em diferentes meios. Certeza, tenho uma: a governadora vai ter que responder a muita gente pelo que fez. Espero que ela seja paciente.

Anônimo disse...

É provável que esse tenha sido o grande gesto, insuperável, do Governo Ana Júlia, no sentido democrático!

Unknown disse...

Artur, vc está correto.
Lembro que até o tucano Hroldo bezerra, correligionário de Almir, trouxe à ele as denúncias contra o coronel assassino e suas notórias ligações com os marginais interssados em atacar os sem terra.
Acontece que por aqui os políticos se pélam de medo dos coronéis da PM.
Abs

Anônimo disse...

O Sette Câmara teve o desplante de, em entrevista à TV Liberal, dizer que tinha mandado desobstruir a estrada "a qualquer custo" e revelou candidamente que "uns tirinhos seriam inevitáveis, mas a tropa agiu com excesso de zêlo". Isso mostra o desprezo à vida dos miseráveis alimentado pelo então secretário de segurança, em sintonia com o governador Almir Gabriel. Esse, além de conseguir ser absolvido pelo STF ( supremo tribunal dos favorecidos), ainda continuou castigando as vítimas da chacina, que só agora têm direito a indenização e, espero, tratamento médico. Ambos, Almir e Sette Câmara, são filhotes da ditadura.

Anônimo disse...

Não vamos só criticar os PM que participaram do "massacre", claro que houve um exagero na ação da polícia, porém logo nas primeiras imagens das cenas, o que se vê são os sem terra atacando a policia, com armas brancas e vergonhosamente a policia correndo para se defender.
Não é fácil você se sentir acuado, se fosse o inverso o ato seria aprovado, por ser uma defesa das minorias.
Tem o lado também de que é sabido que os PM, vivendo com uns salários miseráveis, que mal dava para sustentar suas famílias até o final do mês, tinham que ficar levando cestas básicas para pessoas que aos olhos da sociedade, não vamos negar, são uns desordeiros. Não é porque você se sente injustiçado que vai sair por aí cometendo várias irregularidades.
Hoje por exemplo, estão vários sem terra acampados na praça do operário, causando transtorno para a redondeza, organizando passeatas que atrapalham a vida de toda a população, dormindo, comendo e bebendo a custa de quem, do governo com certeza. E o pobre trabalhador que recebe o salário mínimo, que se vire para dá de comer para os seus filhos.
A única coisa que precisa neste país é que as pessoas consigam encontrar o ponto de equilibrio, de até onde vai o seu direito e aonde começa o do outro.

. disse...

Foi de fato um momento histórico.

Eu estava lá e fiquei emocionada com o início do discurso do líder estadual do MST, Eurival Martins, que disse que 11 anos atrás o Estado estava ali com o MST, mas ocupando um outro papel, o de repressor da sociedade e assassino de trabalhadores, bem diferente do papel de hoje, que busca o diálogo e a retratação de um erro histórico.

Foi um evento belíssimo e muito emicionante...