21.9.07

A Fiscalização do MTb Parou

A coordenadora nacional do Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho, Ruth Vilela, acaba de entregar ao ministro Carlos Lupi (PDT) um ofício informando a suspensão, em todo o território nacional e por tempo indeterminado, das ações do Grupo Móvel, em razão da sugestão da comissão do Senado de enviar o caso Pagrisa à Polícia Federal.
A coordenadora entende que a fiscalização do MTb verifica as condições de trabalho in loco e sem anúncios prévios da visita, o que não ocorreu com os senadores, o que pode desqualificar a ação efetuada na Pagrisa e o próprio o Grupo.
Escancara-se uma crise institucional, de razoáveis proporções e repercussão internacional, entre o senado e o Grupo.
E entre os interesses que ambos representam.

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Atualizada às 18:55.


O MPF entrou em ação no caso Pagrisa e ajuizou ação penal por trabalho escravo contra Murilo Vilella Zancaner, Fernão Villela Zancaner e Marcos Villela Zancaner, proprietários da Pará Pastoril e Agrícola S.A, a Pagrisa.
Os três foram flagrados em inspeção do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho mantendo 1064 trabalhadores em condição de escravidão.
Eles são acusados dos crimes de frustração de direito assegurado na legislação trabalhista, redução a condição análoga à de escravo e por impor perigo para a saúde ou vida de outrem, e serão julgados na vara federal de Castanhal.
O flagrante foi feito durante a colheita de cana, na fazenda da Pagrisa, em Ulianópolis, nordeste do Pará, entre os dias 28 de junho e 8 de julho de 2007.
O relatório do grupo móvel foi analisado por seis procuradores da República, que consideraram robustas as provas de “condições degradantes de trabalho e moradia, infligidas coletivamente aos trabalhadores braçais nas plantações de cana de açúcar”, tendo sido apurados vários expedientes de tratamento degradante e afrontoso à dignidade humana.
O relatório tem fotos que demonstram as condições em que os trabalhadores eram mantidos: dormiam em alojamentos sem nenhuma estrutura; não recebiam água potável durante a jornada de trabalho e tinham que beber água quente e suja direto de um caminhão pipa estacionado no canavial; usavam instalações sanitárias precárias, sem qualquer higiene ou conservação; os alimentos de baixa qualidade e em péssimo estado de conservação eram preparados em uma cozinha suja e, em decorrência disso, muitos foram vítimas de infecção gastrointestinal.



Com informações da Assessoria de Comunicação do MPF/PA

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse anônimo que diz que fizemos uma farsa, está convidado a vir conhecer a Pagrisa e ver in loco o que a imprensa já viu, os deputados e senadores já viram; auditores independentes já documentaram. Tivemos o cuidado e a sabedoria de documentar tudo o que os fiscais do MTe disseram que viram e por isso multaram a Pagrisa. Está tudo como antes, rigorsamente tudo no mesmo lugar. É muito fácil dizer aqui neste espaço, que fizemos farsa para apresentar aos senadores uma maquiagem. Experimente manter 1.064 "escravos" dentro da sua empresa e more com sua mulher e filhos na mesma vila junto com eles. Temos muita certeza do que fazemos aqui e por isso, vivemos no mesmo lugar. Poderíamos morar em SP e deixar um capataz em Ulianópolis. A Pagrisa tem história de ética, respeito às pessoas, à vida. Hoje somos três irmãos que vieram de São Paulo, após se formarem na faculdade de Agronomia e Veteinária, para dar continuidade ao projeto que nosso pai inciicou há 40 anos. Não viemos para cá como aventureiros. Viemos para Ulianópolis com a convicção de que é possível escrever na Amazônia um capítulo de desenvolviemnto sem violência e exploraçaã. Quem quiser saber mais sobre a pagrisa, visiete o site
www.pagrisa.com.br. Leiam os relatórios e os documentos sobre o caso. Náo temos nada a esconder. Nem dos fiscais, nem do governo, muito menso da sociedade. Temos o orgulho de fazer o que fazemos; temos honradez suficiente para enfrentar qualquer um que nos acuse, porque qualquer coisa que falem contra a emrpesa náo tem base em dados, fatos reais.

Unknown disse...

Bem vindo ao blog, sr Zancaner.
Honradez também não falta a quem o acusa, o MPF.
Agora a questão está no lugar certo, e a Justiça será feita.
Boa sorte em sua lide.

Anônimo disse...

Pelas palavras do senhor Zancaner, o Grupo Móvel de Trabalho agiu unica e exclusivamente com intenção de prejudicar um empreendimento tão exemplar. Como duvidar do senhor Zancaner, se ele tem o apoio irrestrito e desinteressado de deputados estaduais e senadores, esses símbolos indiscutíveis de justiça e honestidade?