23.10.07

Conflito Anunciado

Na coluna de Hiroshi Bogea, edição de hoje da folha sobrancelhuda.

Proteção privada
Por sugestão do deputado Giovanni Queiroz (PDT), grupo de pecuaristas organiza a coleta de 2 reais por hectare de terra, de cada dono de propriedade rural, para fazer um fundo destinado à contratação de uma empresa de segurança, a fim de garantir os imóveis contra as invasões. No estágio em que se encontra atualmente o clima no campo, eles acham que o Estado brasileiro não consegue conter a onda de banditismo vigente

13 comentários:

Anônimo disse...

O Hiroshi est� redondamente enganado. N�o � que os produtores achem que o estado n�o tem condi�es de conter o banditismo. A verdade � que os produtores tem certeza de que o governo do estado e o Incra apoiam as invas�es de terra e as safadezas que os invasores perpetram. E, por isso, resolveram montar sua propria pol�cia e partir pro pau. Esse neg�cio vai acabar muito mal. Eldorado do Caraj�s vai ser fichinha diante do que est� se armando.

Anônimo disse...

Querido,

esse assunto é terrível. Sempre meço mihas palavras quanto a questão é o uso e a posse da terra, mas, é um exercício difícil.

Personagens que hoje cobram a ação do Estado, eram tão felizes quando esse mesmo Estado por conivência ou omissão, permitiu a grilagem, a expulsão e os assassinatos no campo! O dramático é que pagaremos todos, por muito tempo ainda, o preço dessa fatura.

Bandoleiros armados por grileiros e fazendeiros eram tão comuns quanto as castanheiras na beira da estrada. As castanheiroas se foram e os bandos agora são legalizados e uniformizados pelas "empresas" de segurança.

Terrível também é constatar que ninguém acerta o passo na questão: nem o Estado, nas suas três instâncias, nem o movimento social. Esse, transpôs para o sul e sudeste do Pará as invasões, absolutamente corretas no sul do país, onde a grilagem extinguiu as terras públicas, mas quase sempre ineficiente e mortal aqui, onde o estoque de terras públicas federais e estaduais garantiriam terra e trabalho para todos e o recurso à invasão deveria ser o último e não o preimeiro.

A última vez que fiz esta "contabilidade" foi em 1998 e o INCRA detinha cerca de 700 mil hectares de terra em "estoque" somente no Pará. Eram dados oficiais e disponíveis no site do órgão, que hoje não os divulga mais.

Do lado dos trabalhadores, a fatura da ineficácia institucional já custou tantas vidas e destruiu tantas possibilidades de desenvolvimento que não me interessei mais em atualizar as contas.

Do lado de lá do campo, sei que hoje o joio não é maior do que o trigo, mas misturam-se desesperadamente, em diversos momentos, pela recorrente omissão e conivência de quem deveria definir as regras e fazer com que elas fossem claramente apreendidas e cumpridas.

Eu nunca consegui engolir direito a expressão "conflito fundiário". No Pará o que temos é a "desordem fundiária". Seus resultados é que se transformam em conflitos.

Beijão

Unknown disse...

É Bia, uma parte de suas palavras "está escondida" no post Quadrilhas Ameaçam no Sul do estado, de ontem.
A desordem tem que ser enfrentada, e a paz tem que chegar.
Arre!
Bjão

Unknown disse...

Das 10:36, vc não pode provar o que afirma. Mas os fazendeiros já estão provando...do seu próprio veneno.

Francisco Rocha Junior disse...

Juvêncio, já que perguntar não ofende, pergunto: onde diabos está presente o Estado brasileiro, na área de segurança? Não está nos morros cariocas, onde grassa o tráfico; não está nas fronteiras, tanto secas quanto marítimas, por onde entram o contrabando e as toneladas de cocaína vindas dos países produtores; não está no campo, onde a tensão dos conflitos agrários é enorme e produz cadáveres e, agora (?), milícias privadas; não está nas periferias das grandes cidades, cujas estatísticas aumentam à medida da pobreza do entorno urbano das metrópoles... onde está, afinal?
Ainda há o que piorar? Aliás, como conseguem piorar o que já era horroroso?

Anônimo disse...

Estado não é para defender apenas as elites. Reivindicar polícia para resolver conflito de terra já vimos no que deu.
Perguntem para quem já teve entes queridos assassinados por pistoleiros destes senhores. E o banditismo da grilegem, do escravismo, do roubo da madeira, do enriquecimento ilícito e da criminalização dos movimentos sociais, quem vai combater.
Querem comparar quadrilhas com sem terra para confundir a opinião pública.

Anônimo disse...

Meu Deus do céu, onde nós chegamos.Nós políticos,
somos todos incompetentes e resposáveis por tudo isso que está aí.Não é só esse governo o culpado. Isso vem lá de trás.
Vic Pires Franco

Anônimo disse...

Então, Vic. Seja honesto entregue o mandato. Comece por você.

Anônimo disse...

Gente, tem razão quem diz que os monstrinhos encapuzados são criaturas dos fazendeiros. Beleza. Dai achar bom que eles se voltem contra seus criadores, metendo legiões pobres e interesseiros na linha de tiro é outra coisa.
O Estado tem que valer para todos. Foi justamente pela falta de estado que a região virou o que virou. Inviadia-se e se expulsava à bala, por falta de estado.
Não dá para ver graça nisso.

Anônimo disse...

Pior é saber de um deputado que sugere a criação de milícias particulares. Ele deve também apoiar a criação de justiceiros urbanos e vibrar com as peripécias dos esquadrões da morte. E para esse tipo de parlamentar não existe Comissão de Ética?

Anônimo disse...

Pois é, anônimo das 5:11, invadia-se e expulsava-se a bala, por falta de estado. E estes mesmos agora querem que o Estado os defenda. Então, se o Estado tem que valer pra todos, que se comece por elencar quem tem posse ou propriedade legal da terra e que esse mereçam a proteção do Estado. Quem transformou autorização para explorar castanhal em propriedade e destruiu os castanhais para botar gado, quem tomou terra de outros a bala, que vão cantar em outra freguesia

Anônimo disse...

Para o das 8h17:
O que você sugere? A Lei do Talião?
Continuo torcendo à favor de todos. Estado é o remédio. Bala, não, meu irmão.

Anônimo disse...

Este blog é pró- Valéria.