5.12.07

A Posição do Corregedor

O TJ paraoara responde.
Acaba de ser publicado no Portal ORM.


O corregedor de justiça das Comarcas do Interior, desembargador Constantino Guerreiro, recomendou, ao Conselho de Magistratura, o afastamento de dois funcionários do judiciário de Abaetetuba e da juiza Maria Clarice de Andrade, titular da 3ª Vara Criminal do município. As recomendações foram feitas após a apresentação do relatório da investigação sobre o caso da menina L. que ficou presa em uma cela com homens.
O relatório da corregedoria concluiu que a juiza Maria Clarice prestou informações inverídicas em seu depoimento ao orgão. Durante a apresentação do relatório ao Conselho, o corregedor leu o depoimento da magistrada.
Clarice disse que encaminhou, no mesmo dia, à corregedoria, o ofício do superintendente do Baixo-Tocantins, Fernando Cunha, pedindo a transferência da menor da delegacia. O ofício estava datado do dia 7 de novembro, mas só foi encaminhado à corregedoria 17 dias depois.
De acordo com o corregedor, não resta dúvida que a magistrada sabia do teor do ofício e forneceu informações incorretas com relação às providências. 'Apesar de ter dito que despachou o documento no mesmo dia em que recebeu, ele só foi entregue à corregedoria no dia 20 de novembro', ressaltou o corregedor.A juiza disse, ainda, em depoimento que entregou o documento assinado ao funcionário Graciliano Chaves, diretor de secretaria, que por sua vez teria lhe garantido que ele foi enviado por fax, o que não aconteceu.
Mais tarde, quando o caso veio à tona, a juiza contou que indagou o secretário sobre o envio do fax e que ele teria dito que enviou, mas que não recebeu confirmação porque o aparelho estaria no automático.
Nesta data, então solicitou que ele enviasse o documento pelo correio, com data retroativa ao dia 7, dia da solicitação do mesmo, o que aconteceu somente no dia 20 de novembro.
Em depoimento ao corregedor, o funcionário Glaciliano Chaves, diretor da Secretaria da 3ª Vara Criminal, admitiu ter rasurado a data do documento, com a retroativa a que foi enviada a corregedoria.
Outra funcionária que também deve responder por processo administrativo disciplinar é Lourdes de Fátima Rodrigues, Secretaria da 1ª Vara Criminal.
Apesar das recomendações, o corregedor concluiu que na ocasião do flagrante não era de conhecimento da juiza a condição de adolescente da menina, porque ela foi qualificada como maior na delegacia do município.

9 comentários:

Anônimo disse...

Juva, lembra que falei que a "bronca" começou no colo de um poder, mas, iria se aconchegar no colo de outro?

Ah, e como ali em riba tá escrito "..., ... e cultura", e sei que você é divulgador da boa música, vale o aviso do show da Juliana Sinimbú, hoje:

SHOW “DAQUI PRA FRENTE…“

5 DE DEZEMBRO ( QUARTA-FEIRA) - 20H.
TEATRO MARGARIDA SCHIVASAPPA DO CENTUR.
Participações : Carlinha Cabral / Lia Sophia / Renato Torres / Toninho Abenatar / Sammliz / Saint-Clair.
Ingressos : R$10 e R$5 (meia).

Unknown disse...

Lembro sim senhor, ombudsman de todos os blogs...eheh.
Fico feliz quando os comentaristas acertam na moscosa.
Bacana o som da Juliana, disse-me uma fonte confiável do mundo da música paroara. E ela estará muito bem acompanhada.

CJK disse...

Juca, desculpe o longo comentário, mas minha veia blogueira exige partilhar com você esta situação, nem que seja para atiçar o fogo.

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que chefiou um grupo de deputados em visita ao Pará, narrou, indignada, os resultados das observações: "Nunca em minha vida pública, vi coisa tão deprimente, tão desumana, tão vil. O caso da menina L., presa junto a 20 adultos, se repete por outras prisões do Interior. Lá (ela quer dizer o Pará) é coisa comum. Não se cumpre a Lei de Execuções Penais. Um horror. As pessoas temem denunciar. Infelizmente, essa é a parte do Brasil que poucos conhecem".

Não era preciso que a deputada paulista viajasse para tão longe com o fim de descobrir e se indignar com violações aos direitos das crianças e adolesecentese menores. Cinco adolescentes estavam presos até ontem, dia 04, na Cadeia Pública de Rinópolis, no interior de seu pujante São Paulo, e foram transferidos às pressas depois de uma rebelião dos detentos (maiores). Os menores estavam presos após uma autorização do Poder Judiciário, nenhum representante do Conselho Tutelar compareceu ao presídio e, segundo informações do juiz corregedor de presídios Gerdinaldo Quichaba da Costa, é comum menores ficarem presos em cadeias comuns pela falta de vagas na Fundação Casa (ex-Febem).

Um dos menores declarou à Imprensa que estava preso no local havia 35 dias e que o período destinado ao banho de sol era curto, os adolescentes tinham tratamento ruim e reclamou da comida do local. Segundo ele, os menores não eram mantidos isolados dos adultos durante todo o dia e que havia contato com os outros presos. Na cela onde os cinco menores estavam presos havia imagens de metralhadoras e inscrições do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Então? Sem querer defender ou justificar o que não está correto, quero observar que (politicamente) o Pará e as nossas autoridades públicas viraram a Gení de toda esta história.

Anônimo disse...

Enquanto isso, eu e todas as donas-de-casa da cidade se perguntam: o que está acontecendo com nossas torneiras e tomadas? Em Nova Déli, dia sim, dia também, falta luz e falta água. A gloriosa imprensa paraense não parece preocupada com o assunto. As autoridades, se é que perceberam o problema do alto dos seus prédios abastecidos de caixas dágua, não dão nem sinal de explicar algo para a plebe ignara. Serviço público, serviço privado, excelência no Brasil é apenas termo vazio pra ilustrar boca de puxa-saco mesmo!

Anônimo disse...

Visita colocou em risco família de menina presa com homens, diz entidade

KÁTIA BRASIL
da Agência Folha

O Cedeca (Centro de Defesa da Criança e do Adolescente) Emaús, instituição que integra o conselho deliberativo do Provita (Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas), afirmou nesta quarta-feira que a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), colocou em risco a família da menina que ficou presa com homens em Abaetetuba, ao visitá-la em endereço sigiloso do programa estadual de segurança e depois divulgar fotos do encontro no site do governo.

A visita foi nesta segunda-feira (3). Fotos da mãe da garota de 15 anos, ao lado da governadora e da secretária da Justiça e Direitos Humanos, Socorro Gomes, foram divulgadas no site junto com reportagem sobre o encontro. Por meio de sua assessoria, Ana Júlia informou que visitou a família para tranqüilizá-la. E negou tê-la colocado em risco.

A mãe da garota --uma empregada doméstica de 44 anos--, o marido, três filhos, um tio da menina e uma neta da mãe entraram no programa de segurança da Secretaria da Justiça e Direitos Humanos paraense em 28 de novembro, após receberem ameaças por telefone. Carros também rondaram a casa da família em Barcarena (PA).

Nas fotos distribuídas à imprensa aparecem três irmãos da garota com os rostos encobertos por efeitos de computador. O local do encontro foi reconhecido por membros do Cedeca. "A governadora expôs a família. Se é um local sigiloso para resguardar a integridade física, não é para fazer marketing político", disse o advogado da entidade Bruno Medeiros.

As fotos do encontro foram acompanhadas por nota da agência de noticias do governo que cita supostas declarações políticas da doméstica. "Ela [mãe da garota] revelou que, nas eleições de 2006, votou em Ana Júlia e chegou a reclamar na seção eleitoral porque a foto da candidata não aparecera na urna eletrônica." Reproduz também suposta declaração da mãe sobre o partido de Ana Júlia. "Eu amo o PT", diz o texto.

Delegada

A delegada Flávia Verônica Pereira, responsável pelo flagrante da prisão da adolescente, não compareceu nesta terça-feira ao depoimento no Ministério Público. O promotor Lauro Freitas Júnior disse que a delegada não justificou a falta.

Claudionor Monteiro da Costa, 53, um dos agentes prisionais que manteve contato com os detentos durante a permanência da menina na cela com homens, morreu nesta segunda-feira (3). Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, a causa foi por infarto. Em depoimento à corregedoria, ele revelou que dois promotores visitaram a cadeia quando a menina estava presa. A Promotoria nega a visita.

Anônimo disse...

A Folha está com correspondente no Pará

Unknown disse...

Já tardava.
Vc sabe quem é?

Anônimo disse...

Sério?
Nossa, será que é o governo-tragédia do PT que fez o jornalão paulista montar uma base no Pará? Conta ai quem é o repórter. É local ou veio do sul?

Anônimo disse...

Juva, é impressionante a capacidade dos dirigentes da área de segurança pública do estado do Pará de produzir "fogo amigo" contra a governadora Ana Júlia Carepa. Desde que veio à tona o caso da adolescente de Abaeté, a SEGUP não para de alimentar o caso com declarações e atitudes estúpidas!

Primeiro, foram os policiais da delegacia de Abaetetuba/PA, que ameaçaram a garota e seus familiares, chegando a apresentar uma certidão falsa de nascimento, para "provar" que a garota era maior de 18 anos - como se isso justificasse sevícias e estupros seguidos.

Depois, foi o Delegado-Geral Benassuly, que disse ser a menina débil mental - como se ser retardada justificasse estupro e sevícias seguidas.

Agora, a Corregedora Liane Martins - que está investigando o caso - declara, em entrevista à Folha de São Paulo (leia em http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u352251.shtml), que a menina "se oferecia" sexualmente aos detentos, e que ela nunca reclamou de estar sendo seviciada e estuprada enquanto esteve presa.

Sinceramente, não ficarei espantado quando a Polícia Civil concluir que a culpa de tudo foi única e exclusivamente da garota, simplesmente por ela existir...